No blog Nossa Bibliotequinha reúno histórias infantis para serem trabalhadas com as crianças em sala de aula, em casa ou em projetos pedagógicos. As histórias contidas no blog foram coletadas na internet (como domínio público) e reunidas a fim de facilitar o uso diário de profissionais da educação e pais ou responsáveis pelas crianças.
Estou completamente aberta à sugestões e críticas CONSTRUTIVAS. Se for encontrado no blog qualquer erro de ortografia, irregularidades ou histórias que estão em desacordo com os direitos autorais, peço que entrem em contato comigo para que eu possa imediatamente corrigir, ou excluir a postagem.
Torço para que este blog seja uma ótima ferramenta de trabalho para todos.
A
lebre vivia a se gabar de que era o mais veloz de todos os animais. Até o dia
em que encontrou a tartaruga.
– Eu
tenho certeza de que, se apostarmos uma corrida, serei a vencedora – desafiou a
tartaruga.
A
lebre caiu na gargalhada.
–
Uma corrida? Eu e você? Essa é boa!
–
Por acaso você está com medo de perder? – perguntou a tartaruga.
– É
mais fácil um leão cacarejar do que eu perder uma corrida para você – respondeu
a lebre.
No
dia seguinte a raposa foi escolhida para ser a juíza da prova. Bastou dar o
sinal da largada para a lebre disparar na frente a toda velocidade. A tartaruga
não se abalou e continuou na disputa. A lebre estava tão certa da vitória que
resolveu tirar uma soneca.
"Se
aquela molenga passar na minha frente, é só correr um pouco que eu a
ultrapasso" – pensou.
A
lebre dormiu tanto que não percebeu quando a tartaruga, em sua marcha vagarosa
e constante, passou. Quando acordou, continuou a correr com ares de vencedora.
Mas, para sua surpresa, a tartaruga, que não descansara um só minuto, cruzou a
linha de chegada em primeiro lugar.
Desse
dia em diante, a lebre tornou-se o alvo das chacotas da floresta.
Quando
dizia que era o animal mais veloz, todos lembravam-na de uma certa tartaruga...
Moral:
Quem segue devagar e com constância sempre chega na frente.
Pimpão
era um gato malhado, de olhos amarelos, um pouco gordinho, que vivia na casa de
Dona Jussara, na beira do Rio Amazonas. Tinha uma vida boa: brincava assustando
as galinhas, ganhava cafuné das crianças e ganhava pãozinho com os restos de
peixe da família.
Mas
de todas as coisas, o que mais gostava de fazer era se esticar na janela
ouvindo rádio. Estava por dentro das notícias e das piadas e, enquanto se
lambia, ensaiava abanar o rabo ao som da música animada.
Quando
os outros gatos passaram pela janela, disseram logo:
-
Miaaauuuu, pimpão, o gato bobão, não caça e só quer pão!
Pimpão
ficou triste por ouvir aquilo.
-
Miauuuuu preciso mudar, é hoje que aprendo a caçar!
Ele
até pegou uns pintinhos, uns insetos... mas na hora de comer... aahhhhrrrrr,
não conseguia! Pimpão só queria o peixe quentinho da Dona Jussara. E aí ficou
triste, cabisbaixo, o dia todo num canto da sala, até sua dona o encontrar.
-
Que foi Pimpão? O que você tem? Ah, vem cá amigão, sei o que vai te fazer bem!
E
Jussara deitou na rede da varanda, de frente para o rio. Com o gato em sua
barriga, alisava o bichano com todo o carinho. E ria ouvindo a rádio,
conversava com os locutores, fechava os olhos ao som das músicas românticas...
E os
bigodes do Pimpão viravam para cima, tamanho o sorriso em seu rosto:
-
Que alegria, não existe coisa melhor nessa vida.
E os
gatos vizinhos, a espiar o gatinho Pimpão ouvindo rádio:
-
Miaaauuuuuuu, esse Pimpão não é de nada, ahahahaha, ele se acha bonito, ouvindo
essa caixinha de barulho esquisito, miaaauuuuahahaha.
Pimpão
escutou as risadas e viu os gatos irem embora. Junto com eles, estava Tica,
gatinha de olhos amendoados, a dona do seu coração. Era nela que ele pensava
quando ouvia Roberto Carlos.
- Ai
que vergonha! Nunca mais escuto rádio! Vou deixar de ser pamonha!
Deu
um pulo da rede que até assustou sua dona! Mas a prosa da locutora estava boa e
Dona Jussara continuou na rede ouvindo seu programa favorito.
Pimpão
disparou floresta adentro, decidido a levar uma grande caça para sua amada. E
correu, correu, correu, e nada... Tentou passarinho, besouro, rato do mato...
estava fora de forma, o gato cansado.
Foi
aí que ele avistou um clarão no meio do mato. Uma casinha de madeira de onde
saía um cheirinho de café e um chiado. O gato se aproximou e, cauteloso,
deitou-se no chão, ao lado da janela de onde vinha o barulho do rádio. Queria
escutar música pela última vez, mas ouviu uma coisa de arrepiar os bigodes. A voz
no rádio alertava sobre o rompimento de uma barreira.
-
Preciso avisar a todos! Os gatos da vila! Dona Jussara! Minha amada Tica!!
E
Pimpão correu como nunca! Ao chegar, encontrou Dona Jussara que, sempre bem
informada, já saia de casa com as crianças o cachorro e as galinhas.
-
Pimpão, por onde você andou meu filho? Vai haver uma enchente! Precisamos subir
o morro!!!
Mas
Pimpão pensou nos outros gatos. Continuou correndo e quando encontrou os
felinos, quase nenhum acreditou no que dizia. Apenas a Tica, que disse:
-
Deixem de chateação, eu confio nesse gato Pimpão.
Ouvindo
isso, os gatos mudaram de ideia e correram pelas ruas do vilarejo, juntos, o
que chamou a atenção das pessoas e dos outros animais. Afinal, quando tem bicho
fugindo, não vem boa coisa. E do que é que um gato menos gosta? Água!!!
E o
povo da vila seguiu os bichanos até o alto do morro e de lá puderam ver a força
da água destruindo tudo.
Pimpão
olhou com tristeza para sua dona, que disse:
-
Não fique triste Pimpão, o importante é que estamos vivos. Você é um gato muito
especial. E olha só, no meio da correria, consegui salvar isso aqui!
-
Miaaaauuuuu!
Pimpão
deu um grito de alegria ao ver o velho radinho de pilhas!
E
foi assim que de gato folgado, Pimpão passou a ser conhecido em toda a
redondeza como o gato bem informado!