A
lebre vivia a se gabar de que era o mais veloz de todos os animais. Até o dia
em que encontrou a tartaruga.
– Eu
tenho certeza de que, se apostarmos uma corrida, serei a vencedora – desafiou a
tartaruga.
A
lebre caiu na gargalhada.
–
Uma corrida? Eu e você? Essa é boa!
–
Por acaso você está com medo de perder? – perguntou a tartaruga.
– É
mais fácil um leão cacarejar do que eu perder uma corrida para você – respondeu
a lebre.
No
dia seguinte a raposa foi escolhida para ser a juíza da prova. Bastou dar o
sinal da largada para a lebre disparar na frente a toda velocidade. A tartaruga
não se abalou e continuou na disputa. A lebre estava tão certa da vitória que
resolveu tirar uma soneca.
"Se
aquela molenga passar na minha frente, é só correr um pouco que eu a
ultrapasso" – pensou.
A
lebre dormiu tanto que não percebeu quando a tartaruga, em sua marcha vagarosa
e constante, passou. Quando acordou, continuou a correr com ares de vencedora.
Mas, para sua surpresa, a tartaruga, que não descansara um só minuto, cruzou a
linha de chegada em primeiro lugar.
Desse
dia em diante, a lebre tornou-se o alvo das chacotas da floresta.
Quando
dizia que era o animal mais veloz, todos lembravam-na de uma certa tartaruga...
Moral:
Quem segue devagar e com constância sempre chega na frente.
Fábulas de La Fontaine