Porém,
só foram convidados os animais que voam.
As
aves ficaram animadíssimas com a notícia, começaram a falar da festa por todos
os cantos da floresta. Aproveitavam para provocar inveja nos outros animais,
que não podiam voar.
Um
sapo muito malandro, que vivia no brejo,lá no meio da floresta, ficou com muita
vontade de participar do evento. Resolveu que iria de qualquer jeito, e saiu
espalhando para todos, que também fora convidado.
Os
animais que ouviam o sapo contar vantagem, que também havia sido convidado para
a festa no céu, riam dele.
Imaginem
o sapo, pesadão, não agüentava nem correr, que diria voar até a tal festa!
Durante
muitos dias, o pobre sapinho, virou motivo de gozação de toda a floresta.
_
Tira essa idéia da cabeça, amigo sapo. – dizia o esquilo, descendo da árvore.-
Bichos como nós, que não voam, não têm chances de aparecer na Festa no Céu.
_ Eu
vou sim.- dizia o sapo muito esperançoso. - Ainda não sei como, mas irei. Não é
justo fazerem uma festa dessas e excluírem a maioria dos amimais.
Depois
de muito pensar, o sapo formulou um plano.
Horas
antes da festa, procurou o urubu. Conversaram muito, e se divertiram com as
piadas que o sapo contava.
Já
quase de noite, o sapo se despediu do amigo:
_
Bom, meu caro urubu, vou indo para o meu descanso, afinal, mais tarde preciso
estar bem disposto e animado para curtir a festa.
_Você
vai mesmo, amigo sapo? - perguntou o urubu, meio desconfiado.
_
Claro, não perderia essa festa por nada. - disse o sapo já em retirada.- Até
amanhã!
Porém,
em vez de sair, o sapo deu uma volta, pulou a janela da casa do urubu e vendo a
viola dele em cima da cama, resolveu esconder-se dentro dela.
Chegada
a hora da festa,o urubu pegou a sua viola, amarrou-a em seu pescoço e vôou em
direção ao céu.
Contos,
fabulas e historinhas: A Festa no Céu
Ao
chegar ao céu, o urubu deixou sua viola num canto e foi procurar as outras
aves. O sapo aproveitou para espiar e, vendo que estava sozinho, deu um pulo e
saltou da viola, todo contente.
As
aves ficaram muito surpresas ao verem o sapo dançando e pulando no céu. Todos
queriam saber como ele havia chegado lá, mas o sapo esquivando-se mudava de
conversa e ia se divertir.
Estava
quase amanhecendo, quando o sapo resolveu que era hora de se preparar para a
"carona" com o urubu. Saiu sem que ninguém percebesse, e entrou na
viola do urubu, que estava encostada num cantinho do salão.
O
sol já estava surgindo, quando a festa acabou e os convidados foram voando,
cada um para o seu destino.
O
urubu pegou a sua viola e vôou em direção à floresta.
Voava
tranqüilo, quando no meio do caminho sentiu algo se mexer dentro da viola.
Espiou dentro do instrumento e avistou o sapo dormindo , todo encolhido,
parecia uma bola.
-
Ah! Que sapo folgado! Foi assim que você foi à festa no Céu? Sem pedir, sem
avisar e ainda me fez de bobo!
E lá
do alto, ele virou sua viola até que o sapo despencou direto para o chão.
A
queda foi impressionante. O sapo caiu em cima das pedras do leito de um rio, e
mais impressionante ainda foi que ele não morreu.
Nossa
Senhora, viu o que aconteceu e salvou o bichinho.
Mas
nas suas costas ficou a marca da queda; uma porção de remendos. É por isso que
os sapos possuem uns desenhos estranhos nas costas, é uma homenagem de Deus a
este sapinho atrevido, mas de bom coração.
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